Digo-lhe: «Não admira que não sejas casado.»
«Por acaso, até admira.»
«Com essas ideias?»
«Precisamente. A maioria das pessoas casa na ilusão de que, fazendo-o, pode escapar a ideias como estas. Depois passa a vida a escondê-las do parceiro.»
«Ora.»
«As ilusões românticas duram pouco. Olha para o lado – o que vês? Casamentos de fachada. Idas ao shopping e uma quinzena no Algarve em Agosto. E montes de ideias como as minhas, escondidas na rotina e nas convenções. O casamento é uma tentativa, ingénua ou estúpida (se é que uma coisa não equivale à outra), de não as enfrentar.»
«Caramba, não consegues ter um pensamento optimista?»
«Consigo.»
«E?»
«Nada. Consigo.»
A sinceridade fica perdida nesse mar de medo; prefere-se mostrar o que ''parece bem'' aos olhos dos outros por oposição a mostrar o que realmente se quer, sente,...
Gostei do blog, cumprimentos*